A zona de intervenção do DLBC Urbano – Gaia começou por delimitar um território específico, recusando segmentar e tratar isoladamente os problemas e necessidades das populações.

A estratégia de intervenção foi pensada como todo um espaço não só de problemas mas também de oportunidades.

A caraterização que se segue pretende descrever o território de intervenção sobre o qual irá incidir a Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL) definida em conjunto com os parceiros, consistindo numa análise de contexto, coma situação de partida e evolução.

Vila Nova de Gaia é p terceiro concelho mais populoso do País e da Região Norte, com 302.295 residentes.

A maioria da população residente no território de abrangência está na faixa etária 16-54 anos, tendo como habilitações literárias o 1.º Ciclo do Ensino Básico, em situação de desemprego e com proveniência de rendimentos vindos de pensões.

O concelho de Vila Nova de Gaia apresenta a segunda taxa de desemprego mais elevada do Distrito do Porto, 17,9% (PORDATA).

Os dados respeitantes ás habilitações das pessoas em situação de desemprego, sugerem que os desempregados com apenas o 1.º Ciclo do Ensino Básico são os que apresentam um número mais elevado, com 3.064 (24,56% do total das seis freguesias).

Dentro da realidade do território definido, existem cerca de 6.583 desempregados, sendo que destes se estima que mais de 50% sejam de longa duração. A análise específica do desemprego em cada um dos locais revela taxas entre 24,33% (Vilar de Andorinho) e 39,20% (União das Freguesias de Grijó e Sermonde).

No ano letivo de 2013/14, em Vila Nova de Gaia, estavam inscritos nos 18 Agrupamentos de Escolas existentes 31.336 alunos, os quais evidenciaram uma Taxa de Insucesso Escolar de 6,02% (considerando o número de retenções) e Taxa de Abandono 0,38% (abandono e anulação de matrícula).

Estima-se que esta EDL possa dirigir a sua intervenção para cerca de 1.000 crianças e jovens em idade escolar dentro do território a abranger, nomeadamente aqueles alunos que se encontrem em insucesso, absentismo e/ou abandono escolar.

Em Vila Nova de Gaia, existem 114.263 Famílias Clássicas e 94.862 Núcleos Familiares (CENSOS 2011).

Nas seis freguesias abrangidas por esta Estratégia de Desenvolvimento Local existem 42,88% destas Famílias Clássicas e 43,15% dos Núcleos Familiares.

Existem pessoas ou famílias abrangidas por uma medida de proteção social de apoio para situação grave de carência económica e risco de exclusão social – Rendimento Social de Inserção (RSI). Ao todo, nas seis freguesias, em 2014, existiam 2.335 Agregados Familiares apoiados e 8.493 beneficiários (Centro Distrital da Segurança Social do Porto).

Relativamente aos Empreendimentos Sociais de Habitação localizados naquelas freguesias, os números disponíveis sugerem a existência de aproximadamente 423 Agregados Familiares com processo de RSI, para uma

estimativa de 1.500 beneficiários. Tendo em consideração os aglomerados populacionais definidos, os números disponíveis apontam para a existência de 5.048 beneficiários de RSI.

O diagnóstico do território de abrangência evidencia fenómenos de pobreza e de exclusão social, assumindo as mais diversas formas, sendo de realçar:

· Os baixos níveis de escolaridade e/ou formação profissional que se refletem numa deficiente inserção no mercado de trabalho, particularmente entre a população jovem;

· Forte dependência económica das famílias de subsídios, pensões e abonos, por oposição a rendimentos de trabalho;

· Consequente vulnerabilização das famílias face à sua subsistência e recurso a estratégias alternativas.

Após o levantamento das necessidades do território abrangido por esta EDL, assumiu-se o Emprego como principal prioridade de ação/investimento.