Estratégia de desenvolvimento local | DLBC
Estratégia de desenvolvimento local
A EDL é um documento de planeamento estratégico de desenvolvimento local para um determinado território no período de programação dos fundos comunitários de 2014-2020, elaborado por uma Grupo de Ação Local que reúne um conjunto de parceiros locais representativos do tecido social e económico desse espaço físico. Através do apoio a Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL), pretende-se promover uma resposta aos elevados níveis de desemprego e índices de pobreza, através da dinamização económica local, da revitalização dos mercados locais e da sua articulação com territórios mais amplos e, em geral, da diversificação das economias locais, do estímulo à inovação social e à busca de novas respostas a problemas de pobreza e de exclusão social em territórios desfavorecidos em contexto urbano e em territórios rurais ou costeiros economicamente fragilizados ou de baixa densidade populacional. A Cruz Vermelha Portuguesa - Delegação de Vila Nova de Gaia viu aprovada em 2015 um DLBC Urbano para seis freguesias do Concelho de Vila Nova de Gaia que vai ser implementada até 2023.

Tendo em consideração a situação atual do território, a análise SWOT desenvolvida e focando-nos nos desafios que esta EDL pretende dar resposta, traçamos a seguinte visão: A área de atuação abrangida será, em 2023, uma comunidade em desenvolvimento capaz de articular parcerias e maximizar recursos disponíveis para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar da sua população. Para tal, serão privilegiados os seguintes princípios:

  • Comunidade - envolvimento da comunidade em todas as ações, enfatizando o espírito de voluntariado e de participação, potenciando a relação estreita entre as pessoas e permitindo valorizar todo o seu potencial;
  • Proximidade - estar junto da comunidade para compreender melhor as suas necessidades;
  • Enraizamento - rentabilizar recursos endógenos - materiais e imateriais - e capitalizar as especificidades do território;
  • Dinamismo - mudança com vista ao crescimento e a uma maior
  • eficácia e eficiência;
  • Inovação - vontade de criar, inovar e reinventar respostas sociais;
  • Ação - valorização do agir com ritmo, o mesmo ritmo com que a nossa comunidade evolui e se transforma;
  • Abertura - conhecer e aprender com outras experiências - metodologias de trabalho, projetos, organizações, movimentos sociais - usando-os como inspiração.

 

Considerando a visão traçada e os princípios orientadores pretende-se dotar as comunidades envolvidas de respostas sociais, económicas, ou outras de base comunitária, centradas nas problemáticas que emergem do diagnóstico elaborado e dos eixos de intervenção desta candidatura.

O objetivo geral proposto tem por base contribuir para o desenvolvimento local de um território, sugerindo o desenvolvimento desta estratégia em torno de três áreas de intervenção: promoção da empregabilidade dos grupos populacionais com perfis de empregabilidade difícil, apoio à criação de empresas através do desenvolvimento de um sistema de relações facilitadoras desse processo e combate ao insucesso, absentismo e abandono escolar.

Após o levantamento das necessidades do território, da partilha das problemáticas, assume-se nesta EDL o Emprego como a principal prioridade de ação/investimento.

Assim, pretende-se:

  • OE1. Promover a inclusão social ativa fomentando a participação no mercado de trabalho:
    • OESP1.1 Fomentando um maior envolvimento / aproximação das empresas / escolas com os desempregados facilitando o reingresso no mercado de trabalho, através:
      • (i) do ajuste entre as necessidades de mão-de-obra do mercado/empresas e os perfis profissionais, numa lógica de adaptação das competências disponíveis às reais necessidades das empresas e às saídas profissionais existentes;
      • (ii) da formação/qualificação, tanto ao nível dos técnicos locais como dos desempregados e empresas, promovendo uma cultura de procura ativa de soluções para o problema do desemprego e favorecer o espírito de iniciativa; prevendo-se apoiar, até 2018, 10 projetos de inovação e experimentação social e 60 pessoas, no âmbito da criação de emprego, incluindo autoemprego, que permanecem 12 meses após o fim do apoio e, até 2023, 25 e 150 respetivamente.

        Fundo: FSE - Dotação orçamental: 260.000 €

    • OESP1.2 Promovendo a aquisição de competências/formação para desempregados, através da capacitação dos indivíduos por meio do desenvolvimento das suas competências pessoais, sociais e de empregabilidade, recorrendo a ações suscetíveis de dirimir os efeitos psicossociais advindos das trajetórias e vivências do desemprego de longa duração (baixa autoestima, desmotivação e problemas associados a saúde mental), de forma a ser promovida a (re)aprendizagem do processo produtivo e o crescimento pessoal; contamos apoiar, até 2018, 100 desempregados, sendo que 75 são empregados até 6 meses após terminarem a participação em ações de aquisição de competências, e 250 e 180 respetivamente. 

Fundo: FSE - Dotação orçamental: 225.000 €.

    • OESP1.3 Implementando projetos de empreendedorismo, integrados um serviço de reforço e apoio técnico às iniciativas de empreendedorismo local:
      • (i) publicitando os incentivos financeiros (ex. incentivo e dinamização do fomento e acesso ao microcrédito) e promovendo um contexto favorável ao surgimento de projetos empreendedores e ao seu sucesso, rentabilizando as medidas de política pública existentes;
      • (ii) promovendo ações de consultoria de gestão na incubação, acompanhamento e desincubação de projetos, com vista à criação de uma incubadora, apostando não só no apoio e monitorização do início da atividade, mas sobretudo ao processo de transição entre a saída da incubadora e a entrada no mercado, acompanhando e monitorizando o desenvolvimento da ideia ou negócio incubado, através da mobilização de uma equipa de consultores – empresas ligadas a instituições de ensino superior, empresas de crédito e outras que continuem a apoiar, por um determinado período de tempo a saída da incubadora e a integração total e completa no mercado, prevendo-se apoiar, até 2018, 25 projetos no âmbito da criação de emprego, incluindo autoemprego e 50 pessoas, no âmbito da criação de emprego, incluindo 50 e 100 respetivamente.

Fundo: FSE - Dotação orçamental: 1.500.000 €.

    • OESP1.4 Apoiando projetos de investimento para a expansão de micro e pequenas empresas ou para a criação de novas empresas, no sentido de maximizar a sua sustentabilidade e a modernização do tecido empresarial, prevendo-se apoiar, até 2018, 10 empresas e criados 20 postos de trabalho, e, até 2023, 30 e 60 respetivamente.

Fundo: FEDER - Dotação orçamental: 600.000 €.

    • OESP1.5 Apoiar a criação de projetos de empreendedorismo social, prevendo-se apoiar, até 2018, 5 projetos e beneficiar 100 pessoas, e, até 2023, 10 e 250 respetivamente.

Fundo: FEDER - Dotação orçamental: 90.000 €

  • OE2. Contrariar os processos de insucesso, absentismo e abandono escolar, fomentando a participação ativa de todos os atores locais (escola/alunos/família):
    • OESP2.1 Diminuindo o número de crianças e jovens em situação de insucesso, abandono e/ou absentismo escolar, apostando:
      • (i) no aumento da capacidade de reflexão e autoconhecimento dos próprios alunos, no sentido de se favorecer a orientação vocacional e de se aproximarem expectativas (escola / aluno / mercado);
      • (ii) na promoção da importância da escola nos contextos educacionais e familiares, levando à desmistificação das práticas de trabalho de forma a ser promovida a valorização escolar, tanto por parte dos próprios alunos, como da escola e da família;
      • (iii) na formação de professores / formadores, centrada nos alunos / formandos, através de abordagens inovadoras capazes de cativar o gosto e a motivação das crianças e jovens;
      • (iv) no fomento da inclusão e integração escolares, promovendo a igualdade de géneros e etnias; prevendo-se diminuir a taxa de abandono escolar para inferior a 1%, a taxa de insucesso para menos de 5% e a taxa de absentismo para inferior a 0,5%, em 100% os agrupamentos, até 2023. Fundo: FSE - Dotação orçamental: 180.000 €.
    •  OESP 2.2 Fomentando um maior envolvimento / aproximação das escolas / empresas com os jovens facilitando o seu ingresso no mercado de trabalho através:
      • (i) do desenvolvimento de metodologias de interação entre escola e empresa, numa lógica de difusão do espírito empreendedor, assente na autonomização e responsabilização dos próprios alunos, promovendo a aprendizagem orientada para e através do trabalho (work based learning);
      • (ii) no desenvolvimento de competências sociais e profissionais, através de dinâmicas de gestão de negócio (aprendizagem pela produção e venda); prevendo-se apoiar 11 planos integrados e inovadores de combate ao insucesso, abandono e absentismo escolar, abrangendo 100% das escolas até 2023. Fundo: FSE - Dotação orçamental: 630.000 €.
    •  OESP2.3 Promovendo o apoio às famílias no desempenho das suas funções e responsabilidades, reforçando a sua capacidade de integração e participação social, através:
      • (i) da criação de estruturas de apoio multidisciplinares capazes de prevenir e compensar os défices sociais e culturais no seio familiar;
      • (ii) da capacitação das famílias de competências pessoais e sociais, promovendo a sua autonomia;
      • (iii) da promoção da estreita colaboração entre famílias; numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianças e jovens;
      • (iv) do fomento da colaboração de forma capaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência assegurando o seu encaminhamento eficaz;
      • (v) do fomento da relação família-escola, com vista à obtenção de atitudes mais participativas, cooperativas e proativas da família no que respeita ao desenvolvimento pessoal e social das crianças e jovens, prevendo-se apoiar 600 famílias, esperando-se que dessas 200 evidenciem modificação comportamental, até 2023.

Fundo: FSE - Dotação orçamental: 315.000 €.

 

Pretende-se, ainda, acompanhar a implementação do projeto através de um sistema de avaliação permanente garantindo os princípios de Transparência, Equidade, Eficácia, Eficiência na gestão de recursos, Coerência e Sustentabilidade, envolvendo todos os stakeholders do DLBC.

  • Criando uma equipa que acompanhe a implementação das propostas em cada território.
  • Criando instrumentos específicos capazes de avaliar o impacto das medidas / respostas / projetos que se vão concretizando.
  • Avaliando e comunicando os resultados alcançados à comunidade e aos parceiros.
  • Desenvolvendo estudos, metodologias e tecnologias de apoio e suporte às intervenções.

 

A EDL apresentada afirma-se, assim, promotora de desenvolvimento local, na medida em que envolvendo todos os parceiros e a comunidade será capaz de acompanhar as pessoas e famílias, no sentido de definição e concretização dos seus projetos de vida e da melhoria das suas competências pessoais, sociais e profissionais através de atividades potenciadoras da convivência interpessoal, intergeracional e interétnica, promovendo, deste modo, a cidadania, capacitar as organizações da sociedade civil e dos poderes públicos locais, envolver o tecido empresarial (aferindo as suas necessidades de mão-de-obra e sustentabilidade e, ao mesmo tempo, sensibilizando-o para a sua responsabilidade social e ambiental e criando condições para que a exerça) e comprometer as autarquias locais na dinamização de uma visão e estratégias de médio/longo prazo seguindo uma ética de serviço à população e território.

Estratégia de Desenvolvimento Local DLBC Urbano Gaia